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MICROSCOPIA E MICROANÁLISE: FERRAMENTAS ESTRATÉGICAS PARA A INOVAÇÃO EM CIÊNCIA E
TECNOLOGIA DE MATERIAIS AVANÇADOS

QN, vol. 48, No. 09, 2025

A microscopia e a microanálise ocupam um lugar central no avanço científico e tecnológico, constituindo ferramentas indispensáveis para a caracterização  estrutural e composicional da matéria. Da visualização de nanomateriais à  identificação precisa de elementos químicos em matrizes complexas, essas técnicas oferecem informações cruciais que orientam a síntese, a modificação e a aplicação de novos materiais em múltiplos setores. É nesse cenário que se insere a relevância deste número especial de Química Nova, dedicado a reunir contribuições representativas da comunidade científica e a evidenciar o impacto e a diversidade de aplicações da microscopia eletrônica e da microanálise na química contemporânea.

Na química, em particular, a microscopia, seja óptica, eletrônica, de força atômica ou de tunelamento, tem possibilitado a exploração de fenômenos em diferentes escalas, revelando interfaces, defeitos, texturas e heterogeneidades que governam propriedades catalíticas, eletroquímicas e ópticas. Quando associada à microanálise por espectroscopias de raios X (EDS, WDS) e à difração de elétrons, viabiliza-se a correlação entre morfologia, composição e estrutura cristalina com desempenho funcional, abrindo novas perspectivas em áreas estratégicas como energia limpa, nanotecnologia, biomateriais e ciência de polímeros.

O recente desenvolvimento de instrumentações de altíssima resolução, da microscopia 4D e de técnicas in situ ampliou ainda mais as fronteiras da observação, aproximando a caracterização das condições reais de operação. Essa evolução reposiciona a microscopia não apenas como método analítico, mas como elemento ativo no design racional de materiais.

Os trabalhos reunidos1-11 neste número especial ilustram a vitalidade dessa área, abrangendo desde estudos fundamentais de síntese e caracterização, incluindo nanomateriais, até aplicações em energia, catálise, biomateriais e ciência de superfícies. Em comum, todos demonstram como a microscopia e a microanálise se consolidam como ferramentas transversais capazes de conectar escalas e disciplinas, fortalecendo o diálogo entre a química, a ciência de materiais e áreas correlatas.
Neste contexto, Química Nova reafirma o papel estratégico da microscopia e da microanálise como linguagens comuns que integram diferentes campos do  conhecimento. Ao destacar avanços e aplicações, este editorial ressalta a importância dessas ferramentas para a compreensão profunda da matéria e para o fortalecimento da pesquisa científica brasileira em um cenário global de competitividade e cooperação.

Giovanna Machado

Centro de Tecnologia Estratégica do Nordeste,
50740-540 Recife – PE, Brasil

https://orcid.org/0000-0002-9058-3056

Lia Carolina Medeiros

Instituto Carlos Chagas, FIOCRUZ,
81350-010 Curitiba – PR, Brasil

https://orcid.org/0000-0001-9390-9157

Paula M. Jardim

Metalmat, Universidade Federal do Rio de Janeiro,
21941-972 Rio de Janeiro – RJ, Brasil

https://orcid.org/0000-0002-1465-8802

Suzana B. Peripolli

Centro de Tecnologia e Ciências,
Universidade do Estado do Rio de Janeiro,
20550-900 Rio de Janeiro – RJ, Brasil

https://orcid.org/0000-0002-2407-9185

Referências

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